Arrendamento perde força: por cada novo contrato são vendidas 2 casas

 INE conclui que há "um aumento da importância relativa do mercado de aquisição de habitação relativamente ao de arrendamento".

GTRES
Autores:
Redação

A dinamização do mercado de arrendamento em Portugal é um objetivo há muito definido pelo Governo, mas a compra e venda de casa parece continuar a estar a “ganhar terreno” ao arrendamento. Os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE) confirmam isso mesmo. Este ano, por cada novo contrato de arrendamento habitacional são concluídas duas operações de venda de casa em Portugal, um rácio que tem vindo a aumentar nos últimos dois anos. 

Um cenário que acontece num momento em que o preço das casas tem vindo a subir – o aumento apenas desacelerou em sete concelhos no segundo trimestre do ano – e que as rendas das casas continuam também bastante elevadas, sendo este um mercado com pouca oferta. 

Segundo o Público, que se apoia em dados dos Censos, em 2001, 75,7% do parque habitacional português era composto por alojamentos ocupados por proprietários, um valor que desceu para 73,2% em 2011 e para 70% em 2021. Já proporção de alojamentos arrendados passou de cerca de 20% em 2001 e 2011 para 22,3% em 2021.

Os dados mais recentes do INE contrariam, no entanto, esta tendência de aumento de inquilinos: no segundo trimestre do ano, foram celebrados 21.005 novos contratos de arrendamento, um crescimento de cerca de 2% face ao período homólogo, enquanto, no mesmo período, foram concretizadas 43.607 operações de venda de casa, uma subida homóloga superior a 4%.

Significa isto que, no período em causa, o número de operações de venda de casas representou mais do dobro do número de novos contratos de arrendamento, escreve a publicação. 

Portugueses compram mais casas e arrendam menos

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Mercado de compra de casa está mais dinâmico, diz INE

“No segundo trimestre de 2022 [considerando o conjunto dos 12 meses até ao final desse período], em Portugal, por cada 100 novos contratos de arrendamento existiam 179,2 vendas de alojamentos familiares, valor superior ao do mesmo trimestre no ano anterior (167,1), indiciando um aumento da importância relativa do mercado de aquisição de habitação relativamente ao de arrendamento”, conclui o INE

De acordo com o gabinete de estatísticas nacional, “a análise de evolução da dinâmica dos mercados de arrendamento e de aquisição da habitação demonstrou um crescimento relativo do mercado de transações face ao de arrendamento”. “Esta tendência manifestou-se na generalidade dos municípios da Área Metropolitana de Lisboa e do Algarve, mas não em 10 dos 17 municípios da Área Metropolitana do Porto”, lê-se na nota.

 

Adaptado por Dicas Imobiliárias

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