A incrível casa da Melroeira: inspirada no imaginário de uma criança

 

O projeto de Filipe Saraiva, que se destaca pelo método construtivo e pelos materiais utilizados, soma já um par de prémios.

 

Fotografia: João Morgado
Autor: Redação

Todas as quintas-feiras abrimos as portas de uma casa de sonho. E desta vez viajamos até Ourém, no distrito de Santarém, para conhecer uma moradia diferente do habitual, e cujo formato não deixa ninguém indiferente. Esta incrível casa, que quase se camufla no meio da natureza, foi projetada pelo arquiteto Filipe Saraiva, para si e para a sua família. Inspirada no desenho de uma criança, a casa da Melroeira apresenta um “volume simples e perfeitamente regular”, quase monolítico, concebido para ser aquilo que uma casa deve ser: “um abrigo que nos protege do mundo que nos rodeia”.

A casa que Filipe Saraiva projetou pretende não só ir ao encontro das “necessidades funcionais” da família, mas também “satisfazer um leque de requisitos arquitetónicos” do seu “imaginário formal e espacial”, resultantes da sua vivência individual e em família.

Casa em Ourém
Fotografia: João Morgado

“Quando pedimos a uma criança, em qualquer parte do mundo, que desenhe uma casa, invariavelmente todas nos apresentam uma representação simplista formada por cinco linhas, um retângulo e dois quadrados. O pentágono composto pelas cinco linhas representa as paredes e a cobertura. O retângulo pretende representar a porta e os quadrados as janelas”, explica o arquiteto. Isto é, um “arquétipo é normalmente definido por um polígono de forma geométrica regular, geralmente bem proporcionado e com dimensões equilibradas, com as quais todos nós nos identificamos”.

Casa da Melroeira
Fotografia: João Morgado

Esta moradia, que recebeu o Prémio Lusófono de Arquitetura e Design de Interiores com medalha de Prata em 2020 e venceu os International Architecture Awards 2018 na categoria de “Private Homes”, situa-se numa parcela de terreno em Ourém, caracterizada por uma configuração retangular, em sintonia perfeita com a paisagem. O projeto, segundo o atelier de arquitetura, desenvolveu-se tendo por base um princípio de composição modular, criando um ritmo próprio nas fachadas e cobertura.

casas modulares
Fotografia: João Morgado

O método construtivo adotado baseou-se na utilização de painéis pré-fabricados em betão preto, com dimensão regular, “que definem uma estereotomia composta por módulos repetidos dispostos de forma sequencial”. A utilização deste material, segundo explica o gabinete de arquitetura, pretende uma integração sóbria e em sintonia com a paisagem, bem como reduzir os custos de manutenção.

Retirado do Idealista - Adaptado por Dicas Imobiliárias

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